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sexta-feira, 27 de maio de 2011

GAÚCHO NO PARAÍSO



MAS QUE TAL, TCHÊ!

Estava num passeio em Roma quando ao visitar a Catedral de São Pedro fiquei abismado ao ver uma coluna de mármore com um telefone de ouro em cima.

Vendo um jovem padre que passava pelo local perguntei a razão pela ostentação. O padre então me disse que aquele telefone estava ligado a uma linha direta com o paraíso e que se eu quisesse fazer uma ligação eu teria de pagar 100 dólares. Fiquei tentado porém declinei da oferta. Continuando a viagem pela Itália encontrei outras igrejas com o mesmo telefone de ouro na coluna de mármore. Em cada uma das ocasiões perguntei a razão da existência e a resposta era sempre a mesma: Linha direta com o paraíso ao custo de 100 dólares a ligação.

Depois da Itália vim para o Brasil e fui direto para o Rio Grande do Sul(de um país para outro país). Ao visitar a nossa gloriosa Catedral Metropolitana de Porto Alegre, na famosa Praça da Matriz, fiquei surpreso ao ver novamente a mesma cena: uma coluna de mármore com um telefone de ouro. Sob o telefone um cartaz que dizia:

LINHA DIRETA COM O PARAÍSO - PREÇO POR LIGAÇÃO = R$ 0,25 (vinte e cinco centavos).

Não me aguentei, e lasquei...

Padre, viajei por toda a Itália e em todas as catedrais que visitei vi telefones exatamente iguais a este mas o preço da chamada era 100 dólares.

Por que aqui é somente R$ 25 centavos?

O Padre sorriu e disse: - meu irmão, tu estás no Rio Grande do Sul - aqui a ligação é local !!!


UM ABRAÇO DO TAMANHO DO RIO GRANDE DO SUL!!!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

O Sinuelo


Talvez muitas pessoas ignorem o que é sinuelo. Mesmo muita estância, atualmente, não possui mais um amestrado sinuelo para os apartes de bois num pelado de rodeio. Este serviço agora é feito em tronco. Até as tropas são faturadas desta maneira. Tem lá suas vantagens. Poupa os cavalos e com pouca gente e tempo se aparta, refuga qualquer número de reses.

O sinuelo era formado de um lote de seis a doze bois de igual pelagem, tendo, porém, sempre um deles o pêlo diferente. Por exemplo: se o lote de bois fosse salino, um deles era mouro ou vice-versa. Os animais para futuro sinuelo era escolhidos pela pelagem e tirados da cria com dois anos de idade. Depois ficava, à parte, em um potreiro, para se enquadrilharem. Feito isso,começava-se, então, a ensina-los a missão que deveriam vir a desempenhar nas lides do campo.

Todos os dias eram trazidos do potreiro e, por várias vezes, obrigados a entrar e sair da mangueira, a fim de aprenderem a fazer isso com facilidade, segurança e presteza. Eram metidos como já disse, a gritos e a laço, mangueira adentro e porteira afora. Para alerta-los ou acelerar a marcha, se gritava: "Sinuelo boi" – E, para tranqüiliza-los ou pará-los, o grito era: "Oxe boi".

Cada vez de se levantar um rodeio ou mover-se com o gado, mesmo em plena marcha e ao aproximar-se de uma porteira ou mangueira, gritava-se pelo sinuelo, a fim de que ele ponteasse, fazendo com que o resto do gado o seguisse.

Nos rodeios, se colocava o sinuelo a uma distancia de uns 80 metros. Lá ele ficava, sem mover-se, cuidado por dois homens à espera das reses que seriam apartadas. Essas reses eram tiradas do rodeio uma de cada vez, calçadas entre dois ou três campeiros, aos gritos de "fora, boi", e levadas a pata de cavalo e, se possível, assavam-lhe a roseta da esporas no lombo. Mas, ao aproximarem-se do sinuelo, agiam com calma, a fim de não espantarem as reses ou bois ariscos que já tinham sido apartados e estavam entre o sinuelo.

Hoje em dia, em falta de sinuelo, para se conduzir alguma animal xucro ou para os apartes dos rodeios, improvisa-se um sinuelo com vacas e bois mansos. Isso resolve e facilita o serviço. Em tempos idos, cada estância apresentava seu sinuelo de bois criados e de pelagem original, como africano, nilo e jaguané. E tinham maior satisfação ainda em demonostrar como os animais era bem adestrados no serviço. E a gauchada de lado, fazia valer suas qualidades campeiras, ressaltando a perícia e boa rédeas de seus pingos, soltos de pata, barbaridade!

Como era lindo o grito de "Ta fora, boi", cerrando perna no pingo, costeleando o boi a ponto de riscar-lhe o fio do lombo com a espora. Um homem é um homem. E o que é do homem o bicho não come.

Autor : Raul Annes Gonçalves

Do livro Mala de Garupa (Costumes Campeiros)
Terceira Edição – Martins Livreiro


Colaboração do amigo Menegol

Nos tempos em que as estâncias eram de todos


O caráter do trabalho e da propriedade da terra era coletivo nas missões guaranis, privado nas fazendas luso-brasileiras


Mário Maestri



Em 1626, jesuítas espanhóis cruzaram o rio Uruguai e fundaram missões, a partir do noroeste do atual RS, sobretudo com populações guaranis. Em 1634, os inacianos importaram 1.500 bovinos para formar os rebanhos dos dezesseis pueblos do Tape. Em 1636-38, o gado foi abandonado pelos guaranis missioneiros que retornaram para a outra banda do Uruguai, assaltados pelos paulistas escravizadores. O rebanho multiplicou-se, atravessou os rios Jacuí-Ibicuí em direção ao sul, formou a enorme vacaria do Mar, entre o oceano e os rios Jacuí e Negro.

Na segunda metade do século 17, devido à crise da economia açucareira, a coroa portuguesa retomou a procura das minas e lançou novas iniciativas econômicas. Em 1680, fundou a Colônia do Santíssimo Sacramento, diante de Buenos Aires, na outra margem do rio da Prata. Procurava com ela retornar às trocas de cativos, manufaturados e produtos da costa do Brasil pela prata andina, permitidas pela coroa espanhola até o fim da União Ibérica, em 1640. Os couros trazidos pelos espanhóis de Buenos Aires ou do interior da banda oriental do Uruguai, por portugueses, castelhanos e charruas, garantiram o sucesso da cidadela.

Em 1682, os guaranis missioneiros retornaram ao atual Rio Grande do Sul para barrar o saque das vacarias dos pampas e o avanço lusitano. Os Sete Povos apoiaram-se fortemente na extração animal, inicialmente, e na sua criação, a seguir. Mais tarde, a regressão do pastoreio fortaleceu a agricultura missioneira. A economia pastoril dos Sete Povos constituiu a pré-história das estâncias sul-rio-grandenses. Não procedem as propostas ideológicas de que ela seria mera exploração predatória do gado chimarrão.

Em Origens da economia gaúcha: o boi e o poder, livro póstumo de 2005, Guilhermino César descreve a organização das estâncias jesuíticas como a "mais simples possível": "[...] um grupo de catecúmenos [...] tangia reses mansas para um posto deserto, deixava-as em liberdade, e estava formado o criatório." Essa prática jamais teria constituído verdadeira economia pastoril, já "que a criação se fazia [...] ao deus-dará", com os gados "espalhados, em desordem" caminhando "sem restrições". Segundo ele, nenhum "regime fundiário vigorara naquela ‘terra de ninguém’ [sic]", onde a incúria quase natural e o "nomadismo congenial" dos guaranis teriam determinado tamanha "instabilidade" na atividade "que, à flor do chão, não ficou memória das estâncias jesuíticas", esfumando-se na "mente coletiva" sua recordação. Essa leitura foi amplamente difundida pela historiografia tradicional sulina, que estabeleceu hiato radical entre as histórias guarani-missioneiras e sul-rio-grandense.

Inicialmente, a exploração missioneira das vacarias deu-se sob licença dos padres superiores, preocupados em não esgotar os gados. Os vaqueiros guaranis não praticaram o abate geral de animais pelo couro, sebo e graxa, deixando as carcaças nos campos, como os corambreros ibéricos e nativos trabalhando sobretudo para Sacramento. Nos anos 1690, exagerando enfaticamente, o padre Sepp escrevia que, após dois meses, os vaqueiros retornavam com "cinqüenta mil vacas", para a "a alimentação" anual de sua missão. Contava que, nos navios da Ordem, partiam 300 mil couros, de "touros mais crescidos", e não de "vacas", certamente para manter a "procriação indispensável".

Preocupados com a perenidade dos rebanhos, os missioneiros fundaram, em 1700, a vacaria dos Pinhais, no Planalto, nas margens do rio Pelotas. Quando os gados das vacarias do Mar e dos Pinhais foram esgotados, pelos coureadores e tropeiros, fogueados pelas descobertas das minas [1695] e pela fundação da vila de Rio Grande [1737], os vaqueiros das missões enfatizaram a criação animal nas estâncias dos pueblos.

As grandes estâncias missioneiras, delimitadas por rios, riachos, matas, serros, etc., subdividiam-se em sedes e postos, com aldeias de dez a doze famílias, com suas capelas, currais, plantações, etc., povoadas por posteiros, que domesticavam e tratavam os animais nos rodeios e cuidavam que não fugissem. No Planalto, estâncias menores, próximas aos Sete Povos, invernavam o gado trazido pela Boca do Monte [atual Santa Maria] e pelo Boqueirão [atual Santiago], para o consumo dos pueblos. A criação missioneira assumiu o caráter de produção pastoril extensiva herdado pelas futuras estâncias luso-brasileira, disseminadas na Campanha, nas Missões, nos Campos Neutrais e no norte do atual Uruguai, sobretudo a partir de 1780, após a instalação de charqueadas no Sul, que valorizou fortemente a exploração mercantil dos rebanhos.

O laço, as boleadeiras, o poncho, o mate, o churrasco, a doma em campo aberto, o aquerenciamento e manejo dos gados no rodeio, as vaus dos rios, os boqueirões nas serras, a origem de muitas cidades sulina, etc. foram algumas das heranças legadas pelas missões guaranis à civilização sul-rio-grandense. Foi muito amplo o arrolamento de missioneiros e de nativos pampianos como peões nas fazendas luso-brasileiras que proliferariam na região.

A grande diferença entre as duas sociedades foi o caráter do trabalho e da propriedade da terra, coletivo nas missões guaranis, privado nas fazendas luso-brasileiras. Para que, após a ocupação militar lusitana das Missões, em 1801, as estâncias coletivas guaranis fossem melhor repartidas em sesmarias privadas, exploradas com o braço escravizado e assalariado, era necessário que desaparecesse na memória histórica regional aqueles longos e estranhos tempos em que as pampas e os gados eram de todos, e não apenas de alguns poucos.

Mário Maestri, 61, historiador, é professor do Curso e do Programa de Pós-Graduação em História. E-mail: maestri@via-rs.net

Fonte: Brasil de Fato


Colaboração do amigo Menegol

terça-feira, 3 de maio de 2011

CONSELHOS À JUVENTUDE DO MTG BRASILEIRO!




Quem é Tradicionalista preserva as suas Tradições: antigas, campeiras,
regionais, não as importações alienígenas, as grifes urbanas e as criações comerciais!
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Chê! Piá! Chê! Guria! Atenção no que lhes digo: corremos grande perigo frente essa desvalia da pura filosofia de um órgão protetor, pelo avassalador grande poder financeiro, num MTG Brasileiro já sem moral e valor! Não te enganes ao ouvir que as festas são gaúchas. Inverdades esdrúxulas irão sempre repetir. Continuarão a mentir para os jovens viventes; modismos não são pertences dessa antiga Tradição. Festas gaúchas não são, somente sul-rio-grandenses! Nem Tradicionalistas são esses suingueiros ou aqueles maxixeiros ou os outros nativistas; também não os crioulistas, pois com vermelho, azulão, preto, amarelo, verdão, chapéu claro chaparral, lencito virado e tal, são só regionalistas! Gaúcho não é urbano, mas o campeiro, rural, jamais esse comercial estilo country-texano; nem é gaúcho o fulano com bombacha mercadista; poderá ser um modista a vender sua Tradição, com batuque no Bailão do CTG anarquista! Não esqueças: Tradição não é moda comercial, é Patrimônio Regional antigo e nativo do chão, de geração em geração pelo tempo transmitido; por isso que com vestido de prenda a mulher gaúcha ao coração ela puxa o seu Rio Grande querido! Não sigas pela esteira dessa falsa integração, dessa globalização sem ética, sem fronteira; não creias nessa asneira da flexibilização para atender ao povão, pois Tradicionalismo com voto e mercadismo não é Fazer Tradição! Não confies na vivência daquele que não tem pago, do que não mostra afago pelas coisas da querência; por lhe faltar consciência, valorizar o capital, de calça e cinto normal e de chapéu no salão desrespeita a Tradição, sua Cultura Regional! Lembres: é o uso xucro regionalista campeiro do Pampa Sul-brasileiro que do órgão é o fulcro, não o público, o lucro, nem o voto eleitoreiro ou a busca de dinheiro daqueles que fazem o mal ao Maior Fim Cultural do MTG Brasileiro! Por isso os meus conselhos seguem contra os diversos, contrários, adversos atos falhos e trambelhos, que não podem ser espelhos pra quem tem no coração apego ao Sulino Chão, apreço pelo Rio Grande, a zelar, por onde ande, a sua rica Tradição! (Conselhos da Tradição, de José Itajaú Oleques Teixeira)

http://www.bombachalarga.org/
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Hino Riograndense



Autor
Joaquim José Mendanha


Interpretação por
Wilson Paim

Como a aurora precursora
do farol da divindade,
foi o Vinte de Setembro
o precursor da liberdade.

Estribilho:
Mostremos valor, constância,
nesta ímpia e injusta guerra,
sirvam nossas façanhas
de modelo a toda terra.

Entre nós revive Atenas
para assombro dos tiranos;
sejamos gregos na glória
e na virtude, romanos.

Mas não basta p'ra ser livre
ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude
acaba por ser escravo.